sábado, 27 de novembro de 2010

A vida na Corte

 D. João V promoveu na sua corte festas maravilhosas em que ele ocupava sempre um papel de destaque. Na corte do rei, as festas eram muitas e diversas: bailes, ópera, concertos, teatro, sessões de poesia, jogos de salão e magníficos banquetes. Serviam sempre quarenta ou mais pratos e à sobremesa, os doces eram feitos com açúcar sendo muito variados. O café, o chá, o chocolate, bebidas ainda raras, bem como o vinho do Porto já muito apreciado no estrangeiro, davam uma nota de requinte a estes banquetes. Estes eram servidos em peças de ouro, prata e porcelana, por uma multidão de criados fardados.




Como se cortejava na corte...
«Na medida em que as pessoas não eram livres para escolher o seu par, acontecia muitas vezes encontrarem-se e não poderem falar. Não se limitavam no entanto a uma troca de olhares! Havia uma linguagem secreta, toda feita de sinais. Os acessórios indispensáveis eram o chapéu, o lenço e a espada. Para saudar a sua apaixonada, o rapaz beijava a aba do chapéu, o que fazia a menina corar como se tivesse recebido um beijo! Se punha a espada a meia altura, ela percebia «gosto de ti». Quando levava o lenço à boca, queria dizer «és bela». E se o dobrava era sinal de que no dia seguinte voltaria para a ver.

Quanto à dama, servia-se do leque para comunicar os seus sentimentos. Havia tantas maneiras de o abrir, fechar ou abanar quantas a as letras do alfabeto. Assim ia compondo palavras que o namorado, do outro lado da sala ou da igreja, decifrava com paciência infinita e ansiosa. Para responder, usava o chapéu, que também tinha os seus símbolos. Embora toda a gente conhecesse esta linguagem, como era rápida e discreta, geralmente só reparava nos sinais a pessoa a quem eram dirigidos, porque estava atenta.»



 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sentimentos anti-espanhóis

O desastre da batalha de Alcácer-Quibir trouxe para Portugal a perda da independência.
Durante 60 anos de "cativeiro", cresceu um sentimento de revolta contra o domínio filipino.

Filipe, a quem amas? As damas
E quais são os teus exércitos? Os vícios
E enquanto magestade? Crueldade
Que teve em ti Portugal? Grande mal
E de seres seu Senhor? Grande rigor
Que teve dos castelhanos? Grandes danos
Que nos quer o teu conselheiro? Dinheiro
Tu, de nós que queres mais? Reais
Que coisas o reino mais sente? Tiraram-lhe gente


Panfleto anónimo(1641)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O desejado! Porquê?

O Desejado
 O Desejado por ser um herdeiro muito esperado, mais tarde nomeado O Encoberto.

 D. Sebastião nasceu em 1554, filho de D. João Manuel, herdeiro do trono de Portugal, o qual morreu antes do nascimento do filho, e de D. Joana de Áustria, filha do rei de Espanha.
 Nunca ninguém foi tão desejado como ele.
 Caso D. João Manuel não tivesse um filho varão não seria possível continuar a dinastia de Avis em Portugal. O nascimento de D. Sebastião foi muito celebrado, tanto pela nobreza como pelo povo.
 Estava assegurada a independência de Portugal.
 Tinha D. Sebastião 3 anos de idade quando foi aclamado rei de Portugal, em sucessão ao seu avô D. João III que morre em 1557. Devido à idade do rei foi nomeada regente a sua avó, D. Catarina, e depois o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique.
 Aos 17 anos D. Sebastião começou a falar em partir para terras distantes (África, Ásia) a fim de realizar os seus sonhos de conquista. D.Sebastião morre aos 24 anos na Batalha de Alcácer Quibir", contra os mouros, em África.       

 Por ser muito amado pelo seu povo estes acreditaram que o rei apenas tinha desaparecido, e que, mais tarde ou mais cedo, voltaria. Daí a história popular de que D. Sebastião voltaria numa manhã de nevoeiro.



                                                 D.Sebastião quando era criança