sábado, 27 de novembro de 2010

A vida na Corte

 D. João V promoveu na sua corte festas maravilhosas em que ele ocupava sempre um papel de destaque. Na corte do rei, as festas eram muitas e diversas: bailes, ópera, concertos, teatro, sessões de poesia, jogos de salão e magníficos banquetes. Serviam sempre quarenta ou mais pratos e à sobremesa, os doces eram feitos com açúcar sendo muito variados. O café, o chá, o chocolate, bebidas ainda raras, bem como o vinho do Porto já muito apreciado no estrangeiro, davam uma nota de requinte a estes banquetes. Estes eram servidos em peças de ouro, prata e porcelana, por uma multidão de criados fardados.




Como se cortejava na corte...
«Na medida em que as pessoas não eram livres para escolher o seu par, acontecia muitas vezes encontrarem-se e não poderem falar. Não se limitavam no entanto a uma troca de olhares! Havia uma linguagem secreta, toda feita de sinais. Os acessórios indispensáveis eram o chapéu, o lenço e a espada. Para saudar a sua apaixonada, o rapaz beijava a aba do chapéu, o que fazia a menina corar como se tivesse recebido um beijo! Se punha a espada a meia altura, ela percebia «gosto de ti». Quando levava o lenço à boca, queria dizer «és bela». E se o dobrava era sinal de que no dia seguinte voltaria para a ver.

Quanto à dama, servia-se do leque para comunicar os seus sentimentos. Havia tantas maneiras de o abrir, fechar ou abanar quantas a as letras do alfabeto. Assim ia compondo palavras que o namorado, do outro lado da sala ou da igreja, decifrava com paciência infinita e ansiosa. Para responder, usava o chapéu, que também tinha os seus símbolos. Embora toda a gente conhecesse esta linguagem, como era rápida e discreta, geralmente só reparava nos sinais a pessoa a quem eram dirigidos, porque estava atenta.»



 

1 comentário:

  1. Sem dúvida que todo este esplendor nos fascina!
    Mas não pensem que estes bailes nos palácios, com reis, rainhas , príncipes e princesas, damas e cavaleiros era um conto de fadas!

    Por baixo dos trajes sumptuosos, das cabeleiras onduladas, os nobres ocultavam piolhos e sujidade acumulada, pois não se tomava banho como hoje.

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