segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Palácio de Férias



Palácio de Vila Viçosa



D.Carlos apreciava muito este Palácio alentejano, onde passava as temporadas com os amigos (raramente trouxe convidados oficiais a Vila Viçosa). Era aqui que se dedicava a grandes caçadas e, provavelmente, teria pintado algums dos seus quadros.
Foi neste palácio que o Rei D.Carlos dormiu a sua última noite antes de ser assassinado, a1de Fevereiro de 1908.  





Quarto do rei D. Carlos

"O Sobreiro"- pintura de D.Carlos
 


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Regicídio


Naquela manhã de Fevereiro, a família real regressava de Vila Viçosa, onde passavam largas temporadas.
Nesta vila alentejana, o rei dedicava-se à caça e à pintura.
A rainha parecia que pressentia que algo de mau ia acontecer, pois vestiu-se de escuro, estava triste e calada, o que não era habitual nela.
O ambiente em Lisboa não era dos melhores, mas quando entraram para a carruagem, tudo parecia tranquilo. A rainha levava na mão um ramo de flores oferecido por uma pequena afilhada.
Quando soaram os tiros, o rei cai fulminado (o atirador tinha sido certeiro), D.Amélia tenta defender os filhos com as flores.
O príncipe herdeiro D. Luís Filipe levanta-se e aponta o seu Colt de calibre 38, mas antes de poder disparar, já um dos assassinos abriu fogo sobre ele.
Já  nada mais  havia a fazer...

O Ultimatum

Rafael Bordalo Pinheiro


Nos finais do século XIX, a monarquia não estava a conseguir resolver os problemas económicos do país.
Todos estavam descontentes e  depois do ultimato inglês ainda ficaram mais.
Que humilhação! Que vergonha! Nós, que fomos os heróis do mar, estamos agora, a ser espezinhados pela nossa "aliada e amiga"  Inglaterra.
  O rei não deveria ter cedido às pressões inglesas!
O povo não achou graça nenhuma. O sentimento contra a monarquia e o rei D. Carlos cresceu.
A monarquia estava a morrer...







segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A "costa negra"


Farol de Alexandria

 Sabiam que...

Uma das Sete  Maravilhas do Mundo era o farol, erguido no século III a.C., numa ilha do porto de Alexandria, no Egipto?

Este farol, com 107 metros de altura, tinha no topo um caldeirão de metal onde ardia uma fogueira vísivel a 50 km de distância?

O primeiro farol da costa portuguesa, erguido no Cabo de S. Vicente, em 1520, utilizava o azeite como combustível?

A nossa costa, devido à falta de faróis em intervalos regulares, que permitissem uma orientação constante durante a noite, era conhecida, entre os navegadores, como a "Costa negra"?








Farol de Aveiro

Bem perto de nós, no nosso distrito, situado a sul da foz do rio Vouga, na povoação da Barra, foi construído em 1893 este farol, tão característico pelas suas riscas, alaranjadas e brancas. Tem 66 metros de altura, a sua luz é visível a 23 milhas. 

Actualmente é o segundo farol maior da Península Ibérica, estando incluído nos 26 maiores do mundo.





Ementa da boda de um casamento

Na 2ª metade do séc.XIX, a alimentação do povo continuava a basear-se em pão, sopa e azeitonas. Só em dias festivas, como, por exemplo, santos padroeiros, casamentos, matança do porco, a ementa era mais completa.

Ementa da boda de um casamento (Alentejo)

-Sopa de macarrão
-Ôlha (caldo de chouriço, grão-de-bico, pimentos...) acompanhada de carne
-Arroz com galinha
-Ensopado (guisado com sopas)
-Fricassé (guisado de carne ou peixe partido aos bocados)
-Coxo frito (guisado de borrego ou de chibo)
-Salada, frutas, bolos, arroz doce e vinho  

                                                      Silva Picão, Usos e Costumes Agrícola-Alentejanos           

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Uma Esfolhada no Minho

      A esfolhada fez-se na eira espaçosa e desafogada de José das Dornas e por formosíssima noite de luar (...)      Um enorme monte de espigas ocupava o meio da eira (...)
     Sentados em círculo, à volta daquela alta pirâmide, trabalhavam azafamados parentes, criados, vizinhos, amigos e conhecidos que sempre afluem aos serões desta natureza, ainda quando não convidados.
     (...) Às vezes saltava ao meio do círculo uma criança com grandes bigodes, feitos de barba de milho.
     As raparigas e rapazes atiravam uns aos outros o orgulho que por acaso encontravam nas espigas, o que introduzia grande alvoroço na assembleia e enchia os ares de gritos e de vozearias atordoadoras. (...)
     - Milho-rei! milho-rei! milho-rei! (...)
     Aquele grito partira de José das Dornas, que fora o primeiro a cujas mãos concedera a sorte, enfim, uma espiga vermelha.
     À exclamação do lavrador respondeu grande alariado na assembleia. De todos os lados se pedia o cumprimento da lei das esfolhadas. Cabia pois a José das Dornas fazer a primeira distribuição de abraços.







Júlio Dinis, «As Pupilas do Senhor Reitor» (romance publicado em 1967)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um carro para a História

O primeiro automóvel que circulou em Portugal veio de França e foi adquirido pelo Conde Avilez, em 1895.
Era um Panhard mas com motor Daimler, capaz de atingir a velocidade máxima de 20 km / h. Não possuía qualquer instalação eléctrica e o sistema de ignição era constituído por dois maçaricos que forneciam uma chama à câmara de combustão. Como naquela época a combustão da gasolina oferecia muitos perigos de explosão, ninguém teve coragem de ligar o carro. Então, viram um galego que ia a passar e que não percebia nada do assunto. Por isso, quando lhe pediram para dar à manivela não se fez rogado. E o motor começou a trabalhar.

José Hermano Saraiva, horizontes da memória,RTP 2, 1996/12/29



A moda

Vestuario da burguesia no século XIX

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

As lavadeiras da roupa suja


No século XIX, a prática de lavar roupa nos rios era comum.
As lavadeiras encontravam-se, ali no rio, e aproveitavam para falar da  vida alheia.
Daí a expressão idiomática "Lavar roupa suja" quando se discute, em público, a vida particular dos outros. 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aldeia da Roupa Branca

Os costumes, nas aldeias do nosso país, não mudaram muito entre os finais do século XIX e início do século XX.

Ó rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Velha aldeia, traga a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Um lençol de pano cru,
Vê lá bem tão lavadinho,
Dormindo nele, eu e tu,
Vê lá bem, está cor de linho.

Composição: Raul Portela, G. Chianca, A. Curto
       

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A viagem inaugural do comboio

Em 1856, realizou-se a 1ª viagem de comboio entre Lisboa e o Carregado. 

(...) Chegou finalmente o dia da inauguração. (...) Avistámos ao longe um fumozinho branco e quando o comboio se aproximou vimos que trazia menos carruagens do que supunhamos. Vinha ingalanado o vagão em que viajava D. Pedro V. O comboio parou um momento na estação de onde se ergueram girândolas de foguetes.
Só no dia seguinte ouvimos o meu pai contar as várias peripécias dessa viagem. A máquina (...) não tinha força para puxar todas as carruagens que lhe atrelaram e fora-as largando ao longo da linha. 

Marquesa de Rio maior, Há 125 anos, os primeiros comboios em Portugal,
"Revista de História" (Adaptado)


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A promessa...

Por volta dos séculos XV e XVI Portugal sofreu uma grande epidemia, a peste.
O povo da Feira sofreu tanto com esta doença e houve tantas mortes que fizeram uma promessa: pediram a S. Sebastião que os libertasse daquelas desgraças.
Caso S.Sebastião lhes fizesse a vontade, todos os anos seria feita uma procissão onde as raparigas pobres e honestas da vila transportariam à cabeça o pão (fogaça) que seria oferecido aos mais necessitados.
A partir desta altura, todos os anos, festeja-se no dia 20 de Janeiro a Festa da Fogaça.

A fogaça é um pão doce  com o feitio das quatro torres do castelo.

A localidade de Santa Maria da Feira faz limite, a sul, com o a nossa terra, Oliveira de Azeméis.
Fazer uma visita ao castelo e deliciarmo-nos com uma fogaça é passar um dia agradável!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Origem da Francesinha

História: Uma das teorias sobre a origem da francesinha remonta aos tempos das invasões francesas: os soldados franceses costumavam comer umas sandes com pão, onde colocavam toda a espécie de carnes e muito queijo.

Mas a verdadeira francesinha, com molho, como a da imagem, nasceu no Porto.
Há quem diga que foi um emigrante regressado de França, na década de sessenta, que a inventou.

domingo, 16 de janeiro de 2011

O massacre de Arrifana

A forte resistência popular ao exército francês invasor, foi uma das caratrísticas mais importanes da Guerra Peninsular.
Aliás vários historiadores defendem que foi com esta guerra que a expressão "guerrilla", ou (pequena guerra) adquiriu o significado de resistência popular contra um invasor pelo qual é hoje conhecida.
Muitas vezes estas emboscadas sobre o exército francês motivaram duras vinganças sobre as populações.
Foi o que aconteceu em Arrifana na madrugada de 17 de Abril de 1809.
Tudo começou quando o chefe da guerrilha de Arrifana Bernardo da Cunha faz uma emboscada aos franceses em S. Tiago de Riba Ul, onde morre Lameth, ajudante de campo do General Soult.
A vingança de Soult não se faz esperar.Na madrugada de 17 de Abril de 1809, o exército francês toma de assalto a povoação de Arrifana.Quem resiste ou tenta fugir é morto a tiro ou à coronhada.
Grande parte da população refugia-se no interior da igreja.Os franceses cercam a igreja e obrigam todos os homens a sairem para fora, selecionando um em cada cinco para serem fuzilados.
E por isso ficaram conhecidos por os "quintados".
E porque cinco sobreviveram ao fuzilamento foram levados ao local onde o oficial Lameth morreu e aí deixados de cabeça para baixo, em cinco carvalhos aí existentes.





   Nota: Arrifana é uma povoação que faz parte do nosso distrito - Aveiro.
            S.Tiago de Riba Ul é uma freguesia do concelho de Oliveira de Azeméis que faz parte do  distrito
             de Aveiro.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pilhagens dos franceses

As guerras estão sempre associadas a matanças, mas também a pilhagens.
Os revolucionários franceses de 1789, rapidamente se esqueceram dos Direitos do Homem e dos Cidadãos, para se tornarem nos piores assassinos e ladrões que a humanidade já conheceu. 

Durante as invasões, os franceses devastaram culturas, incendiaram povoações, mataram pessoas, roubaram igrejas e não satisfeitos com isto, chegavam a entrar nas casas dos mais pobres para roubarem comida.